INTERNAMENTO (7/7). Os meus valores acabaram por estabilizar e ao fim de quatro dias recebi alta. Na altura ninguém me soube dizer ao certo o que se tinha passado comigo, como tinha aquilo começado ou mesmo se voltaria a acontecer. Ainda hoje ninguém sabe. Seguiram-se as análises e os exames complementares – o desenho é de uma dessas sala de espera – mas mesmo assim fiquei sem saber se daí em diante eu passaria ou não a ser “um asmático”. Hoje, passado um ano, continuo a fazer testes às reacções alérgicas e à minha capacidade respiratória e tomo medicamentos diariamente para ver se não volto a chegar àquele ponto. ::: Quando a minha mulher me foi buscar, ao chegarmos à rua encontrámos o Manuel a fazer uns trocos no estacionamento do Hospital. Acenei-lhe de longe: “Adeus Manel, porta-te bem”. Ele sorriu de volta, mas tenho a certeza de que não seguiu o meu conselho.