112.

PATERNIDADE. Quem já passou pelo mesmo, sabe bem que aqueles minutos parecem horas. Temos nove meses – não sei quantas semanas, como eles gostam de contar – para preparar convenientemente o momento mas quando enfim ele chega, transpiramos, rezamos, hiperventilamos. ::: Eu tinha passado uns bons três quartos de hora – desde que as duas tinham sido levadas para a sala de partos – a caminhar de um lado para o outro. Sem saber o que fazer mais, procurei no bolso a minha caneta e o meu bloco e comecei a fazer este desenho sem saber bem porquê mas com a profunda certeza de que apenas desenhando eu poderia acalmar. A porta abriu-se e o Anestesista que há cinco anos atrás me tinha dado a mesma alegria, voltou a apertar-me a mão com um sorriso: parabéns. Ficou assim inacabado aquele que talvez seja o primeiro desenho da minha filha, feito a partir da ansiedade própria de quem está prestes a concretizar um sonho antigo. Tem acontecido comigo, ao longo da vida e ao sucederem certas coisas, perceber finalmente que sempre soube que um dia elas me aconteceriam. Ser pai de uma menina foi uma delas. ::: P.S. – O blogue tem estado parado pelos motivos óbvios.

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