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TAXIDERMIA. Ele olha-nos há anos do alto daquela parede. Sempre esteve ali. Os olhos feitos do mesmo material que os botões das camisas, emprestando brilho para simular vida. Estranho nunca lhe termos dado um nome. Duas vezes por ano, uma no Verão outra no Inverno, levo-o até lá fora. Escovo-lhe o pêlo e perfumo-o com insecticida enquanto lembro como esta é mais uma das tarefas do meu Pai que agora a mim me pertencem. Este ano, sentado à lareira numa das “noites de Natal”, pela primeira vez apeteceu-me desenhá-lo. Eu que gosto tanto dos animais livres e aos pulos, continuo a achá-lo bonito e a gostar dele sem saber bem porquê.

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