Bairro de Beyoglu, Istambul. Era um princípio de noite morna e numa esquina junto à estação subterrânea aquelas portas e janelas altas escancaravam para a rua as gargalhadas dos grupos de amigos que se acomodavam para o jantar. No passeio em frente, o subgrupo dos fumadores juntava desconhecidos das diferentes festas.
Visto cá de fora, era como se uma certa faixa etária dum certo estrato social de Istambul estivesse ali inteira, emoldurada naqueles vãos rasgados. Tudo isto iluminado pela luz quente e laranja dos pequenos candeeiros de latão. Como se fosse proibído não entrarmos.
Ao lado da nossa, uma mesa de seis: dois rapazes e quatro raparigas entre os 20 e os 30 anos cantavam e dançavam alegremente os sucessos turcos que se ouviam pela sala. O rapaz mais sorridente pediu-nos o favor de lhes tirarmos uma fotografia e, num inglês fluente, explicou-nos que se tinha casado há poucas horas com a menina sentada a seu lado. Aquele era o seu copo-de-água (com raki).
Retribuímos a confissão partilhando o motivo da nossa viagem: a celebração do 8º aniversário do nosso próprio casamento. Desejámos felicidades mútuas enquanto aceitávamos uma das pequenas lembranças kitsch espalhadas sobre a mesa que nos ofereciam com gosto: um chocolatinho embrulhado em papel de prata sobre o qual uma miniatura de dois cavalinhos puxava uma miniatura dos noivos sentados numa miniatura dum coche. Tudo envolto em tule.
Antes de sairmos, fizeram questão de nos oferecer uma fatia do Bolo de Noiva e sugeriram locais onde continuarmos a nossa noite. Depois acho que houve um brinde geral mas já não recordo bem. O vinho era francês e mesmo muito bom.
Respostas de 2 a “207.”
O desenho é a uma só cor, mas depois do texto transforma-se! 😉
Gosto disso 🙂